foto Kamil Vojnar
Tudo parecia possível e o mundo agora se resumia a palavra “coisa”, assim, impessoal como “aquilo”, “aquele”, qualquer palavra que fosse assim, impessoal o bastante pra dar um sentido de impunidade e afastamento ao mundo exterior.
Aquele mundo estranho, repleto de estranhos com estranhas atitudes que me parecia , de onde eu observava, uma piscina de bolinhas, dessas onde as crianças brincam em festinhas de aniversários.
Tantas pessoas convivendo no mesmo espaço e cada qual, envolta em um mundinho particular, uma bolha de individualismo que tornava a paisagem quase surreal, não fossem as bolhas de cores diferentes, deixando claro à mim que o individualismo é colorido.
Minha bolha deve ser transparente, não a imagino de outra maneira.
Tal visão me remeteu ao meu próprio umbigo
Poderia eu criticar o comportamento daquelas pessoas se o meu era tão semelhante que só se diferenciava pelo sentimento de posse pela opinião mais acertada?
Onde é que estariam todas as bases para as decisões que eu mesmo tomava?
Continou a observar e decidiu-se que teria que parar de olhar as atitudes das pessoas e interargir mais.
Falar ao invés de apenas ver, misturar-se às pessoas, ouvir o que tinha pra ser dito.
Seria também nescessario demonstrar interesse.
Ouvir com atenção e procurar soluções aos problemas alheios.
Seria nescessario mentir junto.
Fazer as vezes de Vaquinha de Presépio portando olhares e bocas de consentimento.
Esquecer as egoísta necessidades de compreensão para se tornar comum
Assimilar as idéias alheias, como se fossem licitas e sempre compreender.
E assim o fez
Tornou-se um semlehante,
Indistinguível na multidadão de bolas coloridas, esperando um chute pra seguir mais adiante.
Comum.